Batizada de “Vulcano”,
uma operação da Polícia Federal vem apurando a ocorrência de fraudes de grandes
proporções nas campanhas de desarmamento. Até agora, foram cumpridos mandados
de prisão em cidades baianas e em Fortaleza, capital do Ceará.
Um dos presos, Clovis
Nunes, além de coordenador da MovPaz, a principal envolvida na fraude, foi
eleito em abril para o CONASP - Conselho Nacional de Segurança Pública - e se
tornou conselheiro do Ministério da Justiça de acordo com informações constantes
do site da ONG:
"Clóvis Nunes,
assume o cargo como representante da Rede Desarma Brasil, um
conglomerado de 49 ONGs e entidades da sociedade civil, de todo o país,
que se integraram em Rede desde 2006, com a finalidade de implementar o
desarmamento no Brasil. Clóvis, que tambem é o idealizador e coordenador
nacional da ONG MovPaz, que integra a Rede, acumula o cargo desde 2011, de
Coordenador Regional da Campanha de Desarmamento também pelo Ministério da
Justiça, para os estados da Bahia, Sergipe e Pernambuco." Íntegra: http://movpazbrasil.org/clovis-nunes-toma-posse-no-conasp-e-se-torna-conselheiro-do-ministerio-da-justica/
De acordo com as
primeiras informações, o esquema funcionava através de ONGs desarmamentistas e
consistia no fornecimento de dados fictícios e na fabricação artesanal de armas
para entrega em postos de coleta, mediante pagamento da indenização fixada pelo
Governo Federal, que varia entre R$150,00 e R$450,00, a depender do tipo e do
calibre da arma. Os dados colhidos na investigação apontam que mais de 8 mil
armas que constam como recolhidas mediante indenização na verdade não existiam
ou eram de fabricação caseira. A fraude supera a cifra de 1,3 milhão de reais.
De acordo com o
pesquisador em segurança pública Fabricio Rebelo, que coordena no Nordeste a
ONG Movimento Viva Brasil, contrária ao desarmamento, a operação mostra a
fragilidade e o risco envolvidos na forma de execução das campanhas de
recolhimento de armas. “Fica mais uma vez evidenciado o quão temerário é
admitir, através das chamadas parcerias, a ingerência de entidades não
governamentais com ideologia desarmamentista num setor tão estratégico da
segurança pública, principalmente com essa possibilidade de manipulação”,
afirma.
Para o pesquisador,
além do prejuízo ao erário, a fraude também demonstra como os dados relativos
às campanhas de desarmamento são frágeis. “Apenas nessa operação, mais de 8 mil
armas tidas como recolhidas eram fruto de fraude, mas elas estão computadas nas
estatísticas do Ministério da Justiça, que usa esses dados para tentar
demonstrar uma adesão da sociedade às suas campanhas de desarmamento. Agora,
todos esses dados ficam sob suspeita, inclusive pelo risco de que esquemas
semelhantes se repitam em outros estados”, conclui Rebelo.
A operação também apura a participação de integrantes da Polícia
Militar no esquema e já resultou na prisão do ex-comandante do 1º Batalhão da
Polícia Militar de Feira de Santana (BA). Com ele, foi apreendida uma arma sem
documentação, uma carabina calibre 44.
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